O tango é uma das expressões culturais do Rio da Prata mais genuínas e originais, e Montevidéu oferece charmosos espaços para se deixar levar pelo seu ritmo. Qualquer dia da semana, é possível se deixar levar pelo ritmo nas diversas milongas montevideanas. Como poderiam ser definidos esses mágicos encontros que caracterizam a noite da capital? A Milonga é um espaço dedicado especificamente à dança do tango, lugar de encontro dos “milongueros”, aficionados ou dançarinos de tango, para expressar sua paixão pela dança.
Gustavo Bello, dançarino e docente de tango, define o local como “um lugar privilegiado para tentar o passo, desfrutar e dançar, mas também para compartilhar abraços e sentimentos comuns pelo gênero”. Geralmente, nelas se reúnem amigos e conhecidos que compartilham a mesma paixão pela dança, mas também chegam turistas do mundo todo que sentem curiosidade em experimentar o tango com os próprios pés ou simplesmente preferem ficar observando os outros dançar.
Em Montevidéu, existem milongas de diversos estilos e tamanhos. Assim, por exemplo, nas quartas-feiras, é interessante visitar o Museu do Vinho, emoldurado por esculturas, antigos garrafões de vinho e cálida iluminação.
Jovem Tango, por sua parte, costuma ser reconhecida por dançarinos e docentes como “a instituição” na matéria. Esta casa cultural, nascida em 1977, tem por finalidade estudar, cultivar e promover o gênero musical originário do Rio da Prata. Suas diversas propostas de milongas se apresentam em um espaço de muita tradição: o “Mercado da Abundância”.
Os amantes da dança costumam elogiar seus extensos pisos de madeira curupai de mais de 180 metros quadrados.
Embora funcionem milongas no local praticamente todos os dias da semana, como La Lunera nas segundas, e La Yapa, nas terças-feiras, o dia de maior convocatória costuma ser a sexta-feira quando em ocasiões a concorrência supera os 200 casais.
Outra milonga de grande tradição é Vieja Viola que funciona no Salão Ensueño aos sábados. Sua pista de alto nível foi visitada pelos campeões e campeãs do munto todo.
Os uruguaios temos códigos próprios na hora da milonga. Por exemplo, para convidar alguém a dançar, costumamos ir até sua mesa. É comum ver que a mulher tome a iniciativa. Na Argentina, no entanto, é o homem quem convida com uma inclinação da cabeça, enquanto a mulher aguarda atenta o gesto do convite.
Milongas para todas as noites