O Parque Nacional Cabo Polônio é uma área de muita beleza paisagística, que ainda conserva características típicas da paisagem da costa atlántica uruguaia, prévio ao processo de transformação que começou em meados do século XX pela expansão do modelo urbano-turístico tradicional.
Esta área costeiro-marítima possui uma grande heterogeneidade de ambientes naturais, que inclui praias arenosas, pontas rochosas, dunas, bosque nativo costeiro, pequenos pantanais, ambientes oceânicos e ilhas. Muitos destes ecossistemas são prioritários para o SNAP, por causa da sua distribuição restrita no território uruguaio (ecossistemas estranhos). O componente mais destacado - por sua singularidade - é o sistema de dunas de Cabo Polônio, que constitui o remanscente mais extenso de uma faixa arenosa que se extendia antigamente ao longo da nossa costa. É uma das poucas áreas de dunas móveis da região, com lugares que superam os 20 metros de altura.
O Parque Nacional Cabo Polônio alberga várias espécies prioritárias para o SNAP, incluindo espécies em perigo ou ameaçadas de extinção (como o sapinho de Darwin), espécies vegetais e animais com distribuição restringida (como a banana do mato, a rã de quatro olhos e a tartaruga de canaleta) e espécies migratórias de importância regional e global (como gaivotinhas, baleia franca austral e tartaruga verde). Também compreende locais-chave para o ciclo anual de crustáceos de interesse comercial (como camarão rosa, camarão marinho e lagostim do mar), e para a criança e alimentação de mais de 47 espécies de peixes (tubarão gatuso, corvina, brótola, piarda). Em suas ilhas está quase a metade das populações de lobo marinho fino e leão marinho do Uruguai. Suas áreas são utilizadas para a reprodução e criança dessas espécies. A área rochosa do cabo alberga o único assentamento continental de lobo fino do país e oferece uma oportunidade única para observar estes animais de perto.
Valores culturais
Associados aos diferentes ambientes da área existe uma variedade de locais de alto interesse para a conservação do patrimônio cultural da nação. Do ponto de vista arqueológico, Cabo Polonio e o seu entorno foram ocupados por sociedades prehistóricas faz aproximadamente 11.000 años, até a chegada das sociedades europeias. Do ponto de vista histórico, o morro de Boa Vista (ponto mais alto da área) serviu como limite entre os impérios da Espanha e Portugal entre 1750 e 1777 segundo o Tratado de Madrid.
O patrimônio arqueológico subaquático ainda não tem sido estudado e reveste um especial interesse por estar signado por numerosos naufrágios. O povoado de Cabo Polônio, onde hoje vivem umas 70 pessoas teve a sua origem no Século XIX, em torno à exploração de lobos marinhos. Pescadores artesanais que iam até o lugar para participarem nas lobarias temporais -proibidas desde 1991- ficando em lugares próximos à planta de trabalho. Durante o verão, acrescenta-se um grande número de residentes temporais e visitantes.